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Post by Alinne on Nov 8, 2005 11:59:50 GMT -5
Para uma banda como o Helloween não são necessárias grandes introduções. A banda sugida no início da década de 80 e conhecida por “inventar” o metal melódico parece estar em crise recentemente, após o guitarrista Roland Grapow e o baterista Uli Kusch (nenhum dos dois da formação original) terem deixado a banda para formar o Masterplan.
A banda conseguiu achar rapidamente um guitarrista competente, o jovem Sascha Gertsner (ex-Freedom Call), no entanto, teve maiores problemas com a bateria. A banda tentou MarkCross (ex-Metalium), que logo teve que sair devido a problemas de saúde. Para gravar o álbum Rabbit Don’t Come Easy (2003), a banda “alugou” Mikkey Dee (Motörhead), que não foi, e nem teria como ser, efetivado como membro permanente. A banda então decidiu efetivar Stefan Schwarzmann (ex-Accept) no cargo, podendo assim sair em turnê e seguir normalmente sua carreira em 2003.
No entanto, nas gravações de Keeper of the Seven Keys: The Legacy, Stefan se mostrou incapaz de tocar o que a banda queria, e foi demitido. Para tentar solucionar o problema da bateria, a aposta da banda agora é Dani Löble (ex-Rawhead Rexx).
Esse é o Helloween que tenta superar a crise que levou a banda a romper com a Nuclear Blast. A banda decidiu gravar uma espécie de conclusão aos possivelmente dois maiores clássicos do Metal Melódico, os álbuns Keeper Of The seven Keys I e II.
Um narrador sombrio e "Tolkkieniano" abre o Keeper of The Seven Keys: The Legacy, até que entra o teclado e uma voz feminina. Andi Deris aparece pela primeira vez cantando em um Keepers, e começa com uma interpretação bem superficial, sem pôr muita emoção na meiga introdução. Quando The King For a 1000 Years se torna realmente pesada, seu vocal lembra mais o álbum Master of The Rings, enquanto a melodia por trás é bem pesada, lembrando mais o álbum o Better Than Raw. O pré-refrão é mais empolgante que o refrão, que é um tanto morno e lento. A guitarra dobrada, característica marcante do início do Helloween se mostra bem presente também, tentando reviver o espírito da banda.
Do meio para o final, a música é um tanto conturbada, pouco linear, com a música mais rápida e pesada, e com os teclados contribuindo notavelmente para a melodia. A performance de Deris melhora consideravelmente nesse trecho, com altos agudos no final da música.
Markus Gorsskopf inicia The Invisible Man com uma linha de baixo seguida de perto por um riff quase progressivo. A música tem um breve trecho só com o teclado mantendo a música e uma guitarra fazendo um solo meloso.
Se há, no Keeper Of the Seven Keys: The Legacy, alguma música que faz jus ao nome que o álbum carrega, essa música é Born on Judgement Day. Mais uma vez Markus abre a música. Após as primeiras faixas, me pergunto se o álbum não deveria começar realmente aqui. Não que sejam ruins, mas as duas primeiras, comparadas a essa, caem muito de nota. Essa música sim tem um refrão mais cativante, forte traço da banda durante toda sua carreira, marcada sempre por frases que não saem da cabeça, como "I Want Out", "We All Live In Future World", "We´ve Got The Power!", e muitas outras. Além disso, é nessa música que podemos avaliar o novo baterista, Dani Löble. Seu trabalho nessa música não deixa margem de dúvida sobre sua competência, uma vez que a música é bastante rápida e variada.
Pleasure Drone deixa a desejar quanto aos vocais. O excesso de agudos torna a música maçante. Esses mesmos agudos poderiam ser em geral mais caprichados, principalmente nos trechos que antecedem o refrão.
Mrs. God, primeiro single do álbum, é uma música bastante simples, apesar das brincadeiras da banda que incluem até a presença de um mugido na música. O refrão não é dos mais geniais, e sua repetição torna-o um pouco pior, principalmente comparado aos outros desse álbum e de outros.
Silent Rain é uma música que altera os altos de alguns instrumentos com outros. No início, o destaque vai para as guitarras, em seguida, para a bateria e, já no refrão, para o vocal de Andi Deris, que grita de maneira bem mais agradável dessa vez. Essa seqüência se alterna durante toda a música.
Abrindo o segundo CD, Occasion Avenue é a outra música gigante no álbum (músicas grandes ainda há outras). No começo, a banda brinca, com um homem tentando sintonizar o rádio entre clássicos dos primeiros Keepers of the Seven Keys. Logo o primeiro minuto de música real já dá a impressão de que essa é uma música grandiosa, muito trabalhada. A alternância entre vocal e coral é que cria esse clima. Mais uma vez, os teclados são parte importante para o ritmo da música. A música é bastante grande, espaço para a banda apresentar todos os seus recursos, sem no entanto sair do imaginável. É uma boa música, como disse, muito bem trabalhada, melhor do que a primeira música longa do álbum.
Light The Universe conta com a participação especial de Candice Night, que faz um dueto com Andi Deris. A participação não é de nada de mais, já que Candice não faz nada que qualquer outra vocalista não faria. A música é lenta, quase uma balada por completo, não fosse o refrão um pouco mais cheio.
Do You Know What You´re Fighting For é uma música bem pesada, e com um refrão bom, além de contar com uma instrumentação muito interessante no final, com solos muito virtuosos.
Come Alive e The Shade In The Shadow são ótimas músicas, com um ótimo trabalho nos vocais de Deris e um ritmo realmente dinâmico. Duas belas composições de Andi Deris.
Get It Up é uma música que poderia perfeitamente se encaixar no CD Master of The Rings, na minha opinião o mais "happy happy" da carreira da banda. A música lembra bastante faixas como Take Me Home ou The Game is On.
Para fechar o álbum, My Life For One More Day, uma música rápida no começo, e com um refrão mais cadenciado. A música só tem um trecho diferente dos versos e do refrão, que contém alguns solos e arranjos com a guitarra em primeiro plano.
Pelo próprio nome do álbum, é difiícil evitar comparações entre o CD e os dois primeiros Keepers. No entanto, é importante lembrar que só permaneceram daquela época o guitarrista Michael Weikath e o baixista Markus Grosskopf. Essas tais comparações irão resultar somente na conclusão de que os álbuns são muito diferentes.
Vale observar também que, com pouco mais de uma hora, o álbum não precisava ser duplo, uma vez que isso aumenta significativamente o preço do produto nas lojas afora.
Site Oficial: Helloween Fã-Clube Oficial Brasileiro: We Burn
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